quarta-feira, 16 de abril de 2008

CASO ISABELLA : Investigadores concluem que casal matou Isabella; advogados da família contestam

Investigadores concluem que casal matou Isabella; advogados da família contestam

Cristina Christiano, Plínio Delphino, Diário de S.Paulo, Wagner Gomes, O Globo Online, Flávio Freire, O Globo, Jornal Nacional

Testemunhas contam como estavam Alexandre e Anna Carolina na noite do crime - Montagem

SÃO PAULO - A polícia de São Paulo diz ter concluído: Isabella Nardoni, de 5 anos, teria sido agredida e asfixiada pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, antes de ser jogada do 6º andar pelo pai, Alexandre Nardoni. Com base em informações preliminares da perícia do Instituto de Criminalística (IC) e pelo Instituto Médico-Legal (IML), policiais que investigam o crime descartaram totalmente a tese de que uma terceira pessoa esteve no apartamento naquela noite, como mostra matéria publicada nesta quarta no jornal O Globo. Nesta sexta, dia 18, Isabella completaria 6 anos.

Outros dois fatos reforçam a convicção dos policiais: a pegada no lençol de uma cama do quarto de onde Isabella foi jogada é compatível com um calçado encontrado no apartamento, e fiapos da rede de proteção da janela foram encontrados na roupa que Alexandre usava , segundo revelações extra-oficiais do laudo, que deve ser apresentado à polícia até quinta-feira.

Segundo informações dos relatórios dos peritos, Isabella desmaiou ao ser sufocada. O pai pensou que a menina estivesse morta e, para responsabilizar um suposto ladrão, cortou a rede de proteção e jogou a menina pela janela. Isabella foi suspensa pelos braços e despencou com o rosto virado para a parede. Além de um corte profundo na testa, que teria sido provocado pela madrasta, a menina tinha arranhões na face.

Peritos disseram à polícia que o estado de letargia (uma espécie de sono profundo decorrente de afecção do sistema nervoso central e de difícil e prolongada recuperação) provocado por asfixia pode durar até 20 minutos. Para quem não tem conhecimento técnico, poderia parecer que Isabella, antes de ser jogada do apartamento, estivesse morta.

Reforça ainda a tese da polícia a descoberta de marcas de sangue de Isabella na bermuda de Alexandre. Os advogados de defesa contestam:

- Essa mancha de sangue na roupa do Alexandre é porque ele abraçou a filha quando a encontrou jogada no chão - disse Rogério Neres, um dos três advogados do casal.

A polícia tem dúvidas sobre se Isabella sofreu a parada respiratória antes ou depois de ser jogada de uma altura de 20 metros. Uma das hipóteses é que ela foi chacoalhada até ficar sem oxigenação por mais de cinco minutos, provocando um desmaio.

O Ministério Público é mais cauteloso quanto a responsabilizar o casal pela morte. Segundo o promotor Francisco Cembranelli, não havia, até a noite de terça-feira, documento novo que endossasse o pedido de prisão preventiva de Alexandre e Anna Carolina.

- Só podemos pedir a prisão preventiva se houver oferecimento de denúncia, e isso só acontece se tivermos convicção para isso - ponderou.

Somados ao inquérito, documentos elaborados pela perícia mostram que a posição das gotas de sangue encontradas no apartamento indicam que a garota teria sido carregada no colo por um adulto, já ferida, entre um cômodo e outro.

Fonte: Jornal Extra - 16/04/08

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